sábado, 31 de março de 2012

Livros gratuitos no Scielo



Está no ar, desde ontem (29/03), o portal Scielo livros. Seguindo a mesma linha do já conhecido Scielo para artigos científicos, o portal do governo disponibiliza gratuitamente, também,  vários livros de cunho acadêmico.

Segundo as informações disponibilizadas no site :  "SciELO Livros é parte integral do Programa SciELO da FAPESP e o seu desenvolvimento por meio da coleção SciELO Livros Brasil é liderado e financiado por um consórcio formado pelas editoras da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP), Universidade Federal da Bahia (UFBA) e Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)."

Dentre os títulos disponíveis atualmente estão 4 títulos relacionados ao ensino de ciências e matemática, editados pela UNESP.  Recomendadíssimos !!!!

Veja o vídeo de divulgação aqui

sábado, 10 de março de 2012

Researchgate: uma rede social para cientistas.



Se você acredita na evolução das espécies não pode fechar os olhos a um outro tipo de (r)evolução que está surgindo na ciência! Não me refiro a nenhuma nova teoria científica mas sim a uma nova forma de se encarar a publicação das pesquisas. Todo cientista, desde aluno ainda na graduação, aprende o método científico e também que ao final de sua pesquisa ela tem que ser publicada. É aí que começa o tormento de muitos (talvez de todos). Se não publicar (ou publicar pouco) o cientista simplesmente não existe para a comunidade científica, não progride na carreira, aliás nem chega a ter uma. Além de publicar, a revista científica na qual se publica tem que ser considerada de qualidade segundo alguns critérios que no Brasil são estabelecidos pela Capes. Posso adiantar que são poucas as revistas que possuem esse padrão “Qualis”  (Veja também esse artigo e seus links). Além disso, algumas revistas cobram para o cientista publicar nelas e muitas não tem acesso livre, ou seja, você só lê o artigo se pagar uma taxa, que varia de revista para revista. Acontece que esse sistema é demorado, caro, e obviamente não é acessível aos pesquisadores de todo o mundo. Atualmente o governo brasileiro proporciona acesso livre a algumas revistas através do sistema Scielo, e assina algumas outras revistas importantes (não todas claro!) as quais disponibiza somente a pesquisadores e alunos das nossas universidades e instituições de pesquisa através do portal Periódicos Capes .


E a tal revolução, onde está? Está justamente em romper com o tipo de publicação da forma como ela é feita hoje, ou seja em revistas de alto custo, lentas e de difícil acesso. Aos poucos, e timidamente, alguns cientistas estão dando sinais de que esse sistema não é eficiente e não está mais agradando! Pela primeira vez surgiu um movimento de rompimento com as grandes editoras, gerando um abaixo-assinado com milhares de assinaturas, que surtiu algum efeito: a queda no preço cobrado para a leitura dos artigos. Para saber mais sobre o boicote leia a matéria da Folha aqui e aqui.

Uma outra iniciativa recente consiste em um tipo de rede social para pequisadores a Reseachgate idealizada pelo virologista e cientista da computação formado em Harvard Ijad Madisch. A idéia dele é reunir os pesquisadores de todo o mundo para que discutam e compartilhem seus resultados abertamente. O site anuncia :
“ResearchGate was built for scientists, by scientists, with the idea that science can do more when it's driven by collaboration”
 (ResearchGate foi construído para os cientistas, por cientistas, com a idéia de que a ciência pode fazer mais quando é impulsionada pela colaboração). 

A proposta de tornar a pesquisa mais eficiente e interdiciplinar através de um ambiente de colaboração livre parece ter agradado a muitos pois a rede já conta com mais de 1 milhão de seguidores.

É claro que ainda há muitas perguntas aparentemente sem uma resposta clara: como evitar o plágio? Como garantir a autoria  e a qualidade da pesquisa? E principalmente, quem pagará essa conta? Somente após o tempo necessário para a “seleção natural” atuar, separando o joio do trigo, deverá se chegar a um “equilíbrio das forças” dos setores envolvidos no processo (cientistas, editoras, universidades e centros de pesquisa, governos) e tais perguntas (e muitas outras que surgirão) poderão ser respondidas. Não tenho dúvidas de que a idéia de ciência aberta ainda deve se difundir muito no mundo e amadurecer até se chegar ao formato ideal. Mas uma coisa é certa, a próxima geração de pesquisadores não publicará da mesma forma que a nossa e nós temos que estar abertos as transformações que virão a curto prazo para podermos preparar nossos alunos para essa nova realidade.

Veja também a matéria da Veja sobre a Researchgate. E em outros meios de comunicação pelo mundo.
Leia também o excelente artigo sobre a política de acesso aberto no Brasil, onde Atila Iamarino faz uma análise minuciosa do problema. O artigo está recheado de links  imperdíveis.