Vencendo o bloqueio.

Há tempos venho tentando escrever um post, mas não saía nada digno! As desculpas não estavam na falta de tempo, estavam em mim. Nunca pensei que fosse fácil, mas não havia me dado conta do quanto é difícil escrever com regularidade. Estamos cercados por informações escritas, então somos leitores o tempo todo (os alfabetizados, claro!). Nós escrevemos coisas no nosso dia-a-dia também... uns mais, outros menos. Caramba, recentemente escrevi uma tese de doutorado, deveria ser relativamente fácil escrever sobre o meu objeto de trabalho (ciência e educação), mas não é assim que a banda toca. Nos últimos dias me vi sem criatividade/ disposição/ ou mesmo coragem para escrever. Percebi o quanto é difícil passar de leitor a escritor, mesmo que se queira somente escrever um “simples” blog.

Pensando nas minhas dificuldades em manter o blog ativo, me inscrevi em uma oficina de escrita criativa em ciência, na UFRJ. A oficina é ministrada pelo Dr. Mauro Rebelo, do Instituto de Biofísica. No blog dele (Você que é biólogo...) há vários posts sobre divulgação científica que, inicialmente, é o meu principal objetivo com o Conexões Biológicas. A oficina acaba amanhã (infelizmente). Adorei! O professor é ótimo e acho que já posso dizer que estou colhendo os primeiros frutos, pois já conseguir vencer o bloqueio e escrever esse post.

Polinização

A polinização (transferência de grãos de pólen das anteras de uma flor para o estigma, da mesma ou de uma outra, flor da mesma espécie) é um daqueles processos biológicos  que por sua beleza, vira e mexe acaba se tornando inspiração para verdadeiras obras de arte. Foi o que fez cineasta Louie Schwartzberg. Confiram no site Ecodesenvolvimento.org toda a beleza do filme. Imperdível!

A Escola é sustentável, mas e a educação?

Foto: divulgação/ Governo do Estado do Rio de Janeiro

O Rio de Janeiro agora tem uma escola sustentável. E é pública! 

No dia 20 de maio, o governador do estado do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral inaugurou, no bairro de Santa Cruz, considerado por muitos uma área rural da Cidade do Rio de Janeiro, a escola Erich Heine. Idealizada e construída dentro de padrões de certificação internacional (LEED- Leadership in Energy and Environmental Design), a escola já nasce com o título de “primeira escola totalmente sustentável do Brasil e da América Latina” e um modelo em sustentabilidade (segundo a propaganda do governo do estado aqui).

Muito bem, acho que toda a sociedade deve aplaudir a inauguração de novas escolas (coisa rara, diga-se de passagem, mesmo com o aumento da população em idade escolar). E deveríamos todos aplaudir de pé um projeto tão inovador e avançado do ponto de vista ambiental.

Ok, mas a festa acabou e a imprensa foi cobrir outros assuntos. E agora é que aflora o nó dessa questão: que escola ela será quando começar a funcionar como uma escola real? Não posso deixar de me perguntar: Como será, na prática, a relação dessa escola com as questões ambientais? Do ponto de vista pedagógico, estará prevista alguma mudança em relação ao que é praticado nas demais escolas da rede estadual? Em nenhuma das matérias que li, foi abordada a proposta pedagógica da escola. Isso me intrigou! 

Será apenas uma escola técnica em um prédio sustentável ou haverá algum diferencial pedagógico que utilize esse ambiente diferenciado para motivar reflexões sustentáveis? Outra coisa que me chamou a atenção foi o fato do curso técnico ministrado ser o de técnico em administração (segundo a divulgação feita na página eletrônica do governo). Por que não incluir um curso técnico na área de meio ambiente? Não seria perfeito?! Ou mesmo da área de construção civil, onde o prédio poderia ser a inspiração para uma prática mais sustentável dos futuros técnicos? 

Só espero que o prédio e a “ideia” de sustentabilidade não sejam corroídos pela burocracia e pelos inúmeros problemas que as demais escolas da rede sofrem.

Deixo aqui, então, aberto o espaço dos comentários, para reflexões sobre como seria a prática pedagógica “ideal” em uma escola sustentável.