sexta-feira, 3 de junho de 2011

A Escola é sustentável, mas e a educação?

Foto: divulgação/ Governo do Estado do Rio de Janeiro

O Rio de Janeiro agora tem uma escola sustentável. E é pública! 
No dia 20 de maio, o governador do estado do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral inaugurou, no bairro de Santa Cruz, considerado por muitos uma área rural da Cidade do Rio de Janeiro, a escola Erich Heine. Idealizada e construída dentro de padrões de certificação internacional (LEED- Leadership in Energy and Environmental Design), a escola já nasce com o título de “primeira escola totalmente sustentável do Brasil e da América Latina” e um modelo em sustentabilidade (segundo a propaganda do governo do estado aqui).
Muito bem, acho que toda a sociedade deve aplaudir a inauguração de novas escolas (coisa rara, diga-se de passagem, mesmo com o aumento da população em idade escolar). E deveríamos todos aplaudir de pé um projeto tão inovador e avançado do ponto de vista ambiental.
Ok, mas a festa acabou e a imprensa foi cobrir outros assuntos. E agora é que aflora o nó dessa questão: que escola ela será quando começar a funcionar como uma escola real? Não posso deixar de me perguntar: Como será, na prática, a relação dessa escola com as questões ambientais? Do ponto de vista pedagógico, estará prevista alguma mudança em relação ao que é praticado nas demais escolas da rede estadual? Em nenhuma das matérias que li, foi abordada a proposta pedagógica da escola. Isso me intrigou! 
Será apenas uma escola técnica em um prédio sustentável ou haverá algum diferencial pedagógico que utilize esse ambiente diferenciado para motivar reflexões sustentáveis? Outra coisa que me chamou a atenção foi o fato do curso técnico ministrado ser o de técnico em administração (segundo a divulgação feita na página eletrônica do governo). Por que não incluir um curso técnico na área de meio ambiente? Não seria perfeito?! Ou mesmo da área de construção civil, onde o prédio poderia ser a inspiração para uma prática mais sustentável dos futuros técnicos? 
Só espero que o prédio e a “ideia” de sustentabilidade não sejam corroídos pela burocracia e pelos inúmeros problemas que as demais escolas da rede sofrem.
Deixo aqui, então, aberto o espaço dos comentários, para reflexões sobre como seria a prática pedagógica “ideal” em uma escola sustentável.

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